Maconha e adolescentes
Como essa semana aqui na coluna vamos abordar sobre a dependência química, decidi abordar um assunto que muitos possuem dúvidas sobre. Ou seja, o uso de maconha influência nos estudos ou não?
Uma pesquisa realizada na Austrália e na Nova Zelândia com participação de 3.765 pessoas que fazem uso de maconha. Constatou que fumar maconha antes dos 17 anos de idade diminui as chances em até 60% de um adolescente concluir os estudos em comparação com um adolescente que nunca fez o uso.
Com esse estudo podemos compreender que isso acontece devido as conseqüências da maconha como a lentidão, a falta de concentração, a dificuldade na memória, percepção distorcida, a perda da coordenação, principalmente e acredito mais importante são as complicações no pensamento e na solução de problemas. Essas conseqüências nos faz pensar no quanto a maconha pode interferir diretamente nos estudos de um adolescente. Ao ingressar na escola o jovem necessita que seu cognitivo esteja minimamente preservado e como vimos tanto a memória quanto a concentração se tornam prejudicadas com o uso dessa substância. Assim podemos entender que essa pesquisa comprova que o uso de maconha possui conseqüências graves em relação a perspectiva de futuro para os adolescentes. Sabendo que os estudos é a porta de entrada para um futuro de sucesso e o mesmo se encontra comprometido é necessário que haja uma intervenção que possa ajudar esse adolescente em suas escolhas mostrando que há outras formas de lidar com a realidade. E essa intervenção deve ser realizada por um profissional especializado que poderá orientá-lo.
Na minha prática profissional observo que muitos adolescentes sentem dificuldade em lidar com o sentimento da frustração, a tristeza e com as mudanças e situações decorrentes da adolescência. E acredito que seja nesses momentos que a intervenção pode ajudar a identificar ou até prevenir um possível uso de drogas que pode ser ocasionado justamente por não saber lidar com esses momentos. Por isso, a intervenção especializada é fundamental nesses momentos.
Fonte: https://www.dependenciaquimica.inf.br/?pg=noticias&pag=2#not738
https://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm
Você sabe o que é recaída emocional?
Conhecida também como recaída seca e/ou adicto seco. A recaída emocional é uma das conseqüências da adicção que já existia no adicto como, o egocentrismo. E significa a dor da perda, de perder algo que para o indivíduo era prazeroso e motivo de alegria, como o uso de drogas. Para o mesmo é como se tivesse perdido parte de si e não conseguir lidar com isso. Pois o nível de dependência é tão alto que o indivíduo acaba acreditando que só é feliz ou capaz de fazer alguma coisa se houver o uso e quando isso já não é possível, no caso da recuperação, o mesmo acaba não suportando a dor de perder algo que “supostamente” era significativo em sua vida, ocasionando sintomas comportamentais como, raiva sem motivo e freqüente; pensamentos negativos associados sofrimento a freqüência aos grupos (N.A e A.A); intolerância; críticas excessivas aos outros e ausência das reuniões no grupo. Portanto, a recaída emocional sendo conseqüência de uma ação, no caso, o egocentrismo é mais fácil de identificar e sanar. Contudo, é importante que o indivíduo admita sua fragilidade, ou seja, faça uma auto-análise e perceba os defeitos de caráter que possa estar levando-o na direção de uma recaída emocional.
Autora: Natália de Gênova CRP: 06/110033
Dependência química: decisão e apoio.
Quando se fala de dependência química a referência quase sempre é de um indivíduo marginalizado, sem cuidados pessoais a procura de qualquer situação para fazer o uso de substância psicoativas. Até mesmo possuímos uma certa aversão a essas pessoas por ter esse tipo de interpretação do usuário. Entende- se o dependente químico, muita das vezes, como uma pessoa sem vergonha que não sai de uma vida como essa por que não quer. Errado! Não sai por que muitas vezes não possui apoio tanto psicológico quanto social, se vendo sozinho numa situação difícil e conflituosa como a dependência. Vejamos bem, a dependência interfere drasticamente em todo o funcionamento do indivíduo, particularmente, nas esferas emocionais que acaba influenciando em tomadas de decisões do usuário, certo!? Então um indivíduo que sente o real desejo de parar não “consegue” ir adiante com a decisão, pois seu sistema de tomada de decisão está prejudicado, mas pensamos que se nesse momento ele tivesse esse tal apoio tanto psicológico como social, no caso profissionais, a família e a sociedade, a situação seria diferente. Não estou falando que ele iria concordar com tudo no exato momento, mas sim teria recursos para pensar adequadamente e fazer sua escolha. Pois quando se tem ajuda de outras pessoas ou até mesmo de outros profissionais a visão da situação se amplia e a forma de resolver se diversifica. Com isso, quero dizer que tomamos decisões a todo momento mas quando há auxílio tudo fica mais flexível e se consegue chegar a uma solução adequada naquele determinado momento!
Autora: Natália de Gênova CRP:06/110033
Fazer psicoterapia, é estranho?!
Muitas pessoas que chegam a um consultório ou que necessitam de ajuda psicológica pensam: Será que preciso mesmo ir à um psicólogo? Será que estou enlouquecendo? Será que vai ser bom? Ah, Psicólogo é coisa pra doido? Será que ele vai poder me ajudar? Esses são questionamentos que ficam ecoando na cabeça de uma pessoa ao procurar a ajuda de um profissional e que podem tanto ajudar como prejudicar. Pensando nisso, vamos esclarecer alguns pontos que acredito que possa ajudá-lo a desmistificar alguns conceitos que possam estar gerando esses questionamentos. Primeiramente, é necessário pensar que toda profissão possui um objetivo que é pensado num bem comum da sociedade, e com a psicologia isso não é diferente. A Psicologia surge como uma “mão na roda” digamos assim, para auxiliar o indivíduo na compreensão do eu e em suas relações com o meio em que vive. Imagine se as pessoas agissem sem pensar em todo tempo e falassem o que pensam sem saber a hora de se calar sem ter um filtro (como acontece muitas das vezes), ou se ficassem doentes emocionalmente e não tivesse ou soubesse de algum profissional para ajudá-la a entender o que está ocorrendo. As pessoas ficariam desorientadas, confusas e desesperadas mais do que o normal, não é mesmo?! Pensando nisso, apresento aqui algumas razões comuns para fazer psicoterapia, são elas:
- Querer fazer mudanças positivas em sua vida;
- desempenho no trabalho, faculdade ou escola;
- sentir que sua vida está desequilibrada;
- querer fazer uma revisão de sua vida;
- querer recomeçar;
- desenvolvimento pessoal;
- problemas de comunicação;
- traumas por seqüestro, assalto, estupro;
- ansiedade;
- pânico;
- estresse;
- Abuso físico, sexual ou emocional;
- depressão;
- sentir que perdeu o sentido na vida;
- perdas;
- luto;
- medo do futuro;
- transtornos alimentares;
- dificuldades sexuais;
- falta de confiança;
- querer fazer mudanças na carreira;
- ciúmes;
- problemas de intimidade;
- problemas conjugais;
- obsessões, manias e compulsões;
- transições de relacionamento;
- crise de transição de vida ( p.e: crise de meia-idade);
- sentir-se para baixo ou infeliz sem saber por quê;
- indecisão;
- falta de motivação;
- fobia;
- problemas de comportamento em adolescentes;
- não conseguir lidar com as circunstâncias da vida;
- questões sobre orientação sexual;
- solidão;
- isolamento;
- sentir-se vazio;
- problemas de identidade e personalidade;
- questões de auto-estima e auto-conceito.
Autora: Natália de Genova
CRP: 06/110033
Psicologia e dependência química
Você deve estar se perguntando isso é óbvio psicologia e dependência química estão "lado a lado", digamos assim. Mas isso muita das vezes não está claro para as pessoas que acreditam que a Psicologia não pode auxiliar no processo de tratamento e/ou recuperação de um indivíduo com problemas com substâncias psicoativas. Se engana a pessoa que pensa que a dependência química é sem -vergonhice, falta de vontade ou "vagabundagem". Ela é uma doença, e como uma doença deve ser encarada como tal! Como psicóloga acredito que é uma doença que atinge diversos aspectos psicológicos. Desde o início do uso, os fatores que levaram essa pessoa a utilizar até suas consequências, o chamado fundo do poço. Podemos levantar aqui alguns exemplos como aquela pessoa que faz uso para esquecer alguns fatos ou lembranças de sua vida que lhe são desagradáveis ou aquela que se encontra em situação de rua e acredita que por meio do uso de alguma substância seja álcool ou as drogas isso possa ser enfrentado. Percebe que nessas duas situações há fatores psicológicos muito significativos, principalmente os que estão relacionados a interpretação dos fatos e situações. Uma pessoa que passa pela mesma situação pode lidar de uma forma diferente, pensando e emitindo comportamentos e atitudes divergentes dessas duas pessoas. O fato é que para isso tudo acontecer há um forte envolvimento psicológico diante dessas situações no qual ela busca dentro dela formas de enfrentamento que aprendeu em toda a sua vida. Se ela aprendeu uma dada resposta como usar substâncias psicoativas frente a situação-problema o que vai predominar é essa resposta ao ambiente. Por isso, a psicologia se torna atuante na dependência química para compreender e ajudar a pessoa usuária a entender o que está acontecendo com ela nesse momento. Para poder lidar, ou seja, dar respostas funcionais frente a determinadas situações.
Autora: Natália de Gênova CRP 06/110033
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